sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O USO DO VINHO NA BÍBLIA



 
  1. JESUS BEBEU VINHO?
  2. JESUS TRANSFORMOU A ÁGUA EM VINHO ALCOOLIZADO?
  3. O CÁLICE DA ÚLTIMA CEIA ERA VINHO?
  4. BEBER VINHO É PECADO?

I - O VINHO NA BÍBLIA
          a)As expressões da palavra:
          O Novo Dicionário da Bíblia afirma: "Esses dois aspectos do vinho, seu emprego e seu abuso, seus benefícios e sua aceitação aos olhos de Deus e sua maldição estão entrelaçados na trama do Antigo Testamento de tal modo que o vinho pode alegrar o coração do homem (Sal. 104:15) ou pode fazer a mente errar (Isa. 28:7). O vinho pode ser associado ao regozijo (Ecl. 10:19) ou à ira (Isa. :11); pode ser usado para descobrir as vergonhas de Noé (Gên. 9:21) ou, nas mãos de Melquisedeque pode ser usado para honrar a Abraão (Gên. 14:18)."
          b)O Vinho no Velho Testamento:
          Três vocábulos distintos são empregados no Antigo Testamento para designar três espécies de vinho.
          1º) Yayin – Gên. 9:21.
É o mais usado, porque aparece nada menos de 140 vezes. Esta palavra é empregada indistintamente sem considerar se o vinho é fermentado ou não.
          2º) O segundo vocábulo é Tirôsh, empregado 38 vezes. Ao contrário da palavra anterior, esta indica que o vinho não é fermentado! Algumas vezes é traduzido como vinho novo ou "mosto". Deut. 12:17.
          3º) Shekar é a terceira palavra usada. Tem a conotação negativa, normalmente é traduzida por bebida forte. Os escritores do Velho Testamento a empregam 23 vezes. Prov. 31:6 – "Dai bebida forte (shekar) aos que perecem, e vinho (yayin) aos amargurados de espírito."
Seria interessante saber que na Septuaginta (tradução do hebraico para o grego, feita por setenta sábios judeus) a palavra "oinos" foi empregada para traduzir as hebraicas Yayin e Tirôsh, mas nunca para shekar ou bebida forte.
          c)Vinho no Novo Testamento
          As referências ao vinho nesta segunda parte da Bíblia são mais escassas do que as encontradas no Velho Testamento.
          Os escritores do Novo Testamento também empregaram três vocábulos gregos, que podem ser traduzidos para a nossa língua por vinho: oinos; sikera; gleulos . Destas três a mais usada é oinos (aparece 36 vezes), tendo o mesmo sentido de Yayin no hebraico, e que na Septuaginta, como já vimos traduz também o hebraico Tirôsh. A palavra sikera aparece apenas uma vez em Luc. 1:15 – "João Batista não bebia vinho (oinos) nem bebida forte (sikera)." De modo idêntico o vocábulo gléukos só foi usado uma vez em Atos 2:13. Outros zombando diziam: "Estão cheios de mosto (gléukos)."
          O principal problema no estudo do vinho é este: embora a língua grega seja especialista em empregar palavras distintas para idéias diferentes, ela não possui uma palavra para vinho com álcool e outra para vinho sem álcool. O Novo Testamento emprega oinos tanto para o vinho fermentado como não fermentado. (http://www.nistocremos.net/2007/09/o-vinho-na-bblia.html).
          d)O vinho na cultura do povo:
          O uso do vinho com álcool (heb. Yayin, e gre. Oinos) fazia parte da cultura de Israel, pois o povo plantava vinha, como Nabote que possuía uma vinha (1 Rs 21.1), e inclusive Deus compara a Israel como sendo a sua vinha plantada por Ele (Is 5.1-7). Depois de plantar eles levavam para o lagar, o que lembra Gideão pisando o trigo no lagar, lugar próprio para pisar as uvas (Jz 6.11). O nazireu, alguém com voto de consagração a Deus, não podia beber vinho, justamente porque o povo usava vinho nas suas festas familiares. Vendo também que a libação, vinho (heb. Yayin), fazia parte dos elementos do sacrifício de manjares feito para Deus (Lv 23.13). Em Isaias 55.1, tem um convite para que os interessados comprem sem dinheiro, vinho e leite. Jesus conta uma parábola sobre o vinho novo e o vinho velho (Lc 5.38-39), porque o povo entendia sobre o assunto.
          O suco de uva, como todo suco, não podia durar muito tempo como suco, a não ser congelado, mas não havia gelo o ano todo, e nem havia ainda os congeladores. As duas formas para esticar o tempo de vida da bebida, inclusive para comercializar, seria: cozinhar o suco até ficar bem concentrado, então ele duraria alguns dias a mais, todavia não teria o mesmo gosto de suco fresco; e o outro meio seria submeter no estágio de fermentação para extrair o vinagre e num outro estágio gerar o vinho, o qual seria estocado em barris (odres) para guardar com o fim de comercializar, beber, e sacrificar.
          e)Advertência sobre o abuso da ingestão do vinho:
          A escritura bíblica relata o uso e a comercialização do vinho na vida cultural do povo hebreu, assim como o de armas perigosas como lanças, facas, espadas, coisas que podem ser usadas tanto para o mal como para o bem. O próprio sexo pode ser uma arma de prazer tanto para o bem (fortalecer a união no casamento), como para o mal (como Dalila que seduziu e enganou Sansão, Jz 16.4-6). E por causa desses dois lados é que a Bíblia está cheia de advertências para aqueles que abusam do vinho ou mesmo para os que o usam alegando ser com moderação.
          Gn 9.21, bebendo do vinho, embriagou-se.
          Pv 20.1, o vinho é escarnecedor, ...
          Pv 20.17, quem ama o vinho, jamais enriquecerá ...
          Pv 23.31, não olhes para o vinho, ...pois ao cabo morderá como a cobra.
          Is 28.7, esses cambaleia por causa do vinho.
          Os 4.11, o vinho..., tira o entendimento.
          Ef 5.18, não vos embriagueis com vinho, mas enchei-vos do Espírito.
          1 Tm 3.3, não dado ao vinho,
          Ap 17.2, o vinho da devassidão.
          Não é possível terminar esta parte do comentário, sem enfatizar mais uma vez: existem no Velho Testamento as mais variadas advertências dos grandes perigos advindos do uso do vinho e bebidas fortes. Por essa razão a maioria dos homens e mulheres de Deus e mesmo pessoas comuns com uma boa consciência moral, decidiram ser absteno de todas as bebidas alcoólicas, inclusive do vinho.
          
          f)TEXTOS PARALELOS SOBRE O VINHO:

Genesis 9.21,
“hayyayin” e “oinou”, Vinho alcoolizado (heb. Yayin/ gre. oinos):
Bíblia King James Atualizada, Bíblia Hebraica e Grego.
PORTUGUÊS: Bebeu do vinho que havia feito, embriagou-se e ficou dentro da sua tenda.
HEBRAICO:  יֵּ֥שְׁתְּ  מִן־  הַיַּ֖יִן  וַיִּשְׁכָּ֑ר  וַיִּתְגַּ֖ל  בְּת֥וֹךְ  אָהֳלֹֽה׃ 
GREGO:     καὶ ἔπιεν ἐκ τοῦ οἴνου καὶ ἐµεθύσθη καὶ ἐγυµνώθη ἐν τῷ οἴκῳ αὐτοῦ.
Observação: O uso do hebraico “yayin” indica vinho alcoólico, e o contexto expressa vinho embriagante. No grego o relativo usado é “oinos”.

Genesis 19.32,
“yayin” e “oinon” Vinho alcoolizado (heb. Yayin/ gre. oinos):
Bíblia King James Atualizada, Bíblia Hebraica e Grego.
PORTUGUÊS: "Vem, façamos nosso pai beber muito vinho e deitemo-nos com ele; assim". suscitaremos uma descendência de nosso pai!”.
HEBRAICO:   לְכָ֨ה  נַשְׁקֶ֧ה  אֶת־  אָבִ֛ינוּ  יַ֖יִן  וְנִשְׁכְּבָ֣ה  עִמּ֑וֹ  וּנְחַיֶּ֥ה  מֵאָבִ֖ינוּ  זָֽרַע׃
GREGO:   δεῦρο καὶ ποτίσωµεν τὸν πατέρα ἡµῶν οἶνον καὶ κοιµηθῶµεν µετ’ αὐτοῦ καὶ ἐξαναστήσωµεν ἐκ τοῦ πατρὸς ἡµῶν σπέρµα.
OBSERVAÇÃO: O uso do hebraico “yayin” indica vinho alcoólico, e o contexto expressa vinho embriagante. No grego o relativo usado é “oinos”.

Números 18.12,
“Tirôwôs” e “oinou”, Vinho novo, ou suco:
Bíblia King James Atualizada, Bíblia Hebraica e Grego.
PORTUGUES: "Todo o melhor do azeite, todo o melhor do vinho novo e do trigo, essas primícias que oferecem a Yahweh, concedo-as a ti.".
HEBRAICO: כֹּ֚ל  חֵ֣לֶב  יִצְהָ֔ר  וְכָל־  חֵ֖לֶב  תִּיר֣וֹשׁ  וְדָגָ֑ן  רֵאשִׁיתָ֛ם  אֲשֶׁר־  יִתְּנ֥וּ  לַֽיהוָ֖ה  לְךָ֥ נְתַתִּֽים׃
GREGO:   πᾶσα ἀπαρχὴ ἐλαίου καὶ πᾶσα ἀπαρχὴ οἴνου καὶ σίτου, ἀπαρχὴ αὐτῶν, ὅσα ἂν δῶσι τῷ κυρίῳ, σοὶ δέδωκα αὐτά
OBSERVAÇÃO:  O uso do hebraico “tirosh” indica mosto ou suco de uva. No grego o relativo usado é “oinos”.

Neemias 10.39,
“hattirôwôs” e “oinou”, mosto ou suco:
Bíblia King James Atualizada, Bíblia Hebraica e Grego.
PORTUGUÊS: "Pois os filhos de Israel e os filhos de Levi devem trazer ofertas alçadas dos cereais, do mosto e do azeite para aquelas câmaras, em que estão os utensílios do santuário, como também os sacerdotes que ministram, e os porteiros, e os cantores; e assim não negligenciarmos a casa do nosso Deus."
HEBRAICO:  י  אֶל־  הַ֠לְּשָׁכוֹת  יָבִ֨יאוּ  בְנֵי־  יִשְׂרָאֵ֜ל וּבְנֵ֣י  הַלֵּוִ֗י  אֶת־  תְּרוּמַ֣ת  הַדָּגָן֮  הַתִּיר֣וֹשׁ  וְהַיִּצְהָר֒  וְשָׁם֙  כְּלֵ֣י  הַמִּקְדָּ֔שׁ  וְהַכֹּהֲנִים֙  הַמְשָׁ֣רְתִ֔ים וְהַשּׁוֹעֲרִ֖ים  וְהַמְשֹׁרְרִ֑ים  וְלֹ֥א  נַעֲזֹ֖ב  אֶת־  בֵּ֥ית  אֱלֹהֵֽינוּ׃
GREGO:  Και ο λαός Ισραήλ, συμπεριλαμβανομένων των Λευϊτών, θα φέρει προσφορές σιτηρών, οίνου και ελαίου, στα αγγεία των αγγείων για το ιερό. Εκεί βρίσκονται οι υπηρέτες των ιερέων και οι αχθοφόροι και οι τραγουδιστές. «Δεν θα παραμελήσουμε τον ναό του Θεού μας».
OBSERVAÇÃO:  O uso de “tirosh” nesse texto indica “mosto ou suco de uva. No grego o relativo usado é “oinos”.

Joel 2.24,
“tirôwôs” e “oinou”, mosto ou suco:
Bíblia King James Atualizada, Bíblia Hebraica e Grego.
PORTUGUÊS:  As eiras ficarão cheias de trigo para bater; vossos tonéis transbordarão do melhor vinho novo e do mais puro azeite!
HEBRAICO: וּמָלְא֥וּ  הַגֳּרָנ֖וֹת  בָּ֑ר  וְהֵשִׁ֥יקוּ  הַיְקָבִ֖ים  תִּיר֥וֹשׁ  וְיִצְהָֽר׃
GREGO:  καὶ πλησθήσονται αἱ ἅ}ωνες σίτου, καὶ ὑπερεκχυθήσονται αἱ ληνοὶ οἴνου καὶ ἐλαίου.
OBSERVAÇÃO:  A melhor expressão do hebraico “tirosh” nesse texto é “transbordar o lagar de mosto, ou suco de uva. No grego o relativo usado é “oinos”.

Lucas 5.38-39,
“oinon neon” e “palaion” vinho novo e vinho velho (ambos alcoólicos):
Bíblia King James Atualizada, Bíblia Grego
PORTUGUÊS:  "Ao contrário! O vinho novo deve ser posto em um recipiente de couro novo. Pois, pessoa alguma, depois de beber o vinho velho, prefere o novo; porquanto se diz: ‘O vinho velho é bom o suficiente!"
GREGO:  ἀλλὰ  οἶνον  νέον  εἰς  ἀσκοὺς  καινοὺς  βλητέον.  39 καὶ  οὐδεὶς  πιὼν  παλαιὸν  θέλει  νέον•  λέγει  γάρ  Ὁ  παλαιὸς  χρηστός  ἐστιν.
OBSERVAÇÃO:  A plantação de uva e o uso de sucos e vinhos, faziam parte da cultura judaica. A expressão “palaion” indica vinho guardado por muito tempo (meses ou anos). E o uso da expressão para vinho novo é “oinos neon”.

Mateus 11.19,
“oinopotês”, vinho excessivo:
Bíblia King James Atualizada, Bíblia Grego.
PORTUGUÊS:  "Então chega o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: ‘Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!’ Todavia, a sabedoria é comprovada pelas obras que são seus frutos”. Ai dos povos incrédulos"
GREGO:  ἦλθεν  ὁ  Υἱὸς  τοῦ  ἀνθρώπου  ἐσθίων  καὶ  πίνων,  καὶ  λέγουσιν  Ἰδοὺ  ἄνθρωπος  φάγος  καὶ  οἰνοπότης,  τελωνῶν  φίλος  καὶ  ἁμαρτωλῶν.  καὶ  ἐδικαιώθη  ἡ  σοφία  ἀπὸ  τῶν  ἔργων  αὐτῆς.
OBSERVAÇÃO:  João Batista tinha uma vida de Nazireu, não bebia vinho e nem suco de uva, porém Jesus bebia ambos, porque a expressão irônica “oinopotes” indica bebedor de vinho e não simplesmente de suco.

João 2.9,
A água transformada em vinho. “oinon”.
Bíblia King James Atualizada, Bíblia Grego.
PORTUGUÊS:  "Quando o mestre-sala provou a água transformada em vinho, não sabendo donde viera, embora o soubessem os serviçais que tiraram a água, chamou o noivo".
GREGO: ὡς  δὲ  ἐγεύσατο  ὁ  ἀρχιτρίκλινος  τὸ  ὕδωρ  οἶνον  γεγενημένον,  καὶ  οὐκ  ᾔδει  πόθεν  ἐστίν,  οἱ  δὲ  διάκονοι  ᾔδεισαν  οἱ  ἠντληκότες  τὸ  ὕδωρ,  φωνεῖ  τὸν  νυμφίον  ὁ  ἀρχιτρίκλινος
OBSERVAÇÃO:  O termo “oinon” usado nos textos gregos para descrever os termos do hebraico “yayin=vinho” e “tirosh=suco”, deixando o contexto definir a sua aplicação, se é vinho ou se é suco.

II – A ÁGUA FOI TRANSFORMADA EM VINHO OU EM SUCO?
          Existem dois argumentos no meio cristão sobre João 2.1-11:
          a)Um que diz que a transformação da água foi em vinho alcoólico. Porque houve uma referência ao mestre-sala (Jo 2.8), o qual experimentava a qualidade do vinho e não do suco, e porque a nota de avaliação do mestre-sala dizia, que aquele era o melhor vinho (Jo 2.10), se referindo ao tempo, porque o melhor vinho era o vinho velho, diferente do suco que não podia ficar velho se não terminava estragando.
          b)O outro diz que a transformação da água foi em suco, por dois motivos:
Primeiro, o texto diz que o povo tinha “bebido bastante” (Jo 2.10), e nesse caso Jesus não iria contribuir para que os convidados se embriagassem mais ainda.
O segundo motivo, Jesus não iria transformar a água em vinho alcoólico sabendo das advertências existentes no Velho Testamento contra o abuso do vinho como em Gn 9.21, bebendo do vinho, embriagou-se; Pv 20.1, o vinho é escarnecedor, ...; Pv 20.17, quem ama o vinho, jamais enriquecerá ...; Pv 23.31, não olhes para o vinho, ...pois ao cabo morderá como a cobra; Is 28.7, esses cambaleia por causa do vinho; Os 4.11, o vinho..., tira o entendimento.
          Então, a água foi transformada em vinho ou em suco? Veja todo esse texto, completo e tire a sua conclusão.

III – JESUS BEBEU VINHO?
          Jesus sabia das muitas advertências sobre o abuso do vinho, contudo o vinho não era proibido pela lei e nem pela sociedade hebraica, caso Jesus tenha bebido vinho em doses não embriagante, não teria pecado. Um outro fator interessante era que Jesus não era Nazireu, porque no caso de João batista, ao que parece, ele era Nazireu, pois não bebia vinho, comendo só gafanhoto e mel silvestres (Mc 1.6). Portanto, caso Jesus não tenha bebido vinho, Ele absteve-se por questões pessoais, tipo não influenciar os discípulos e seus seguidores a beber vinho, sabendo dos perigos que o mesmo carrega. Porém esse argumento se torna fraco diante da denuncia de algumas pessoas sobre Jesus, quando dizem ser ele “glutão e bebedor de vinho” (Mt 11.19). O que indica que Jesus pode ter bebido vinho, a menos que essas acusações sejam apenas invenções da cabeça dos seus adversários dEle.
          Se Jesus tiver bebido vinho, significa que o cristão pode beber vinho? Com certeza muitos esperam uma resposta afirmativa para poder degustar do vinho sem acusações de estarem pecando. Com relação a práticas e atitudes é que Paulo disse: posso todas as coisas, mas nem tudo me convém (1 Co 10.23), e noutro lugar diz: É bom não comer carne, nem beber vinho, nem qualquer outra coisa que faz teu irmão tropeçar (Rm 14.21). Por que as pessoas de hoje não viajam quilômetros a pé como fazia Jesus, afinal se ele caminhou porque não caminharmos também; por que não usamos roupas tipo blusão e vestidos assim como Jesus usava, afinal ele usava então nós devemos usar também; eu sou obrigado a comer e a beber o que Jesus ingeria somente porque ele ingeria? Porque nesse caso eu teria que reviver todos os hábitos, alimentação, e modo de viver dos tempos de Jesus, o que significaria nada de internet, informática, televisão, avião, nem chuveiros, nem energia, e nem carros. Portanto, se a pessoa não deseja ser pedra de tropeço para outros que por causa da sua liberdade podem se destruir, fará a escolha de ser absteno de todo tipo de bebida alcoólica, quer Jesus tenha bebido vinho ou não.

IV – NA ÚLTIMA CEIA, O CÁLICE DA NOVA ALIANÇA ERA VINHO?
          As questões sobre o caso de Jesus ter ou não bebido vinho, ou se a água foi transformada em vinho alcoólico, é caso para outra matéria. Nesta o assunto será sobre a última ceia do Senhor antes da crucificação, a qual é distinta dos demais assuntos.
          Podemos afirmar com certeza que o vinho usado por Jesus nesta ocasião não era fermentado.              Esta afirmação é conclusiva da Bíblia pelo seguinte:
          Na cerimônia da páscoa não devia haver fermento em nenhum compartimento da casa, desde que este é o símbolo do pecado. Se os pãos asmos não continham fermento como o próprio nome indica, é fácil concluir que o vinho também não podia conter fermento, pois a lei afirmava: “não haja nada fermentado entre vocês” (Ex 13.6-7). A leitura das seguintes passagens nos leva a esta conclusão:
          Êxodo 13:6-7; Durante sete dias comam pão sem fermento e, no sétimo dia façam uma festa ao Senhor. Comam pão sem fermento durante os sete dias; não haja nada fermentado entre vocês, nem fermento algum dentro do seu território.
          Lev. 23:6; No décimo quinto dia daquele mês começa a festa do Senhor, a festa dos pães sem fermento; durante sete dias vocês comerão pães sem fermento.
          Luc. 22:1; Estava se aproximando a festa dos pães sem fermento, chamada Páscoa. A mesma páscoa que Jesus participou na última ceia.
          Antes da lei já havia essa prática sagrada de fazer uma refeição especial sem fermento, como vemos Ló com os dois anjos enviados por Deus. Gen. 19.3; Mas ele insistiu tanto com eles que, finalmente, o acompanharam e entraram em sua casa. Ló mandou preparar-lhes uma refeição e assar pão sem fermento, e eles comeram.
          As expressões usadas por Jesus na última ceia (Mt 26.29; Mc 14.25; Lc 22.18) dizendo “do fruto da vide”, indicando o suco extraído do fruto também confirma que o cálice era sem álcool.
          As regras da lei mosaica para a ceia de páscoa não são iguais para a ceia do senhor. A lei mosaica exigia na ceia da páscoa, que não houvesse nada fermentado na casa (Ex 13.6-7), que a páscoa fosse de ano em ano (Ex 13.10) e que uma ovelha fosse morta em sacrifício (Ex 12.3-7), para relembrar 3 coisas: a aliança com Deus, a libertação do Egito, e a obediência a lei. Na última ceia de Cristo a ovelha sacrificada seria Ele mesmo em sua morte de cruz. Portanto para os cristãos as regras da ceia não são as mesmas das regras da ceia mosaica. Para os cristãos todos os elementos são simbólicos, e necessariamente não precisa ser somente o suco de uva, e nem o uso do pão sem fermento, até mesmo porque os pães usados na maioria das igrejas na ceia são fermentados, e nem que a ceia seja realizada só de ano em ano, pode ser até todo mês.

V – A CEIA DO SENHOR DOS CRISTÃOS DEVE SEGUIR  AS MESMAS REGRAS DA LEI MOSAICA?
          As regras da lei mosaica para a ceia de páscoa não são iguais para a ceia do senhor. A lei mosaica exigia na ceia da páscoa, que não houvesse nada fermentado na casa (Ex 13.6-7), que a páscoa fosse de ano em ano (Ex 13.10) e que uma ovelha fosse morta em sacrifício (Ex 12.3-7), para relembrar 3 coisas: a aliança com Deus, a libertação do Egito, e a obediência a lei. Na última ceia de Cristo a ovelha sacrificada seria Ele mesmo em sua morte de cruz. Portanto para os cristãos as regras da ceia não são as mesmas das regras da ceia mosaica. Para os cristãos todos os elementos são simbólicos, e necessariamente não precisa ser somente o suco de uva, e nem o uso do pão sem fermento, até mesmo porque os pães usados na maioria das igrejas na ceia são fermentados, e nem que a ceia seja realizada só de ano em ano, pode ser até todo mês.

VI – O CRISTÃO DEVE CONSUMIR VINHO?
          Com relação a práticas e atitudes dos cristãos escreveu Paulo: “posso todas as coisas, mas nem todas as coisas me convém, e nem todas as coisas edificam” (1 Co 10.23), e noutro lugar disse: “É bom não comer carne, nem beber vinho, nem qualquer outra coisa que faz teu irmão tropeçar” (Rm 14.21). Portanto, se a pessoa não deseja ser pedra de tropeço, devido a sua liberdade causar danos e prejuízos noutros, fará a escolha de abster-se de todo tipo de bebida alcoólica, quer Jesus tenha bebido ou não tenha bebido vinho.

VII – BEBER VINHO É PECADO?
Temos na Bíblia três questões bem claras sobre o vinho para os cristãos:
          a)O vinho tira o entendimento dos que se rendem a ele (Os 4.11).
          b)Desejamos andar na presença de Deus, e vemos que os sacerdotes não podiam beber vinho ao entrar no santuário (Lv 10.9), e em Cristo todo cristão é um sacerdote (1 Pe 2.9) que deve andar sempre na presença de Deus, portanto essa lei serva como recomendação, ainda que não seja lei para os cristãos.
          c)A nossa liberdade em Cristo deve produzir atitudes que edificam as outras pessoas, por essa razão Paulo deixou bem claro: “É melhor não comer carne nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve seu irmão a cair”, (Rm 14.21).

CONCLUSÃO AOS CRISTÃOS DE PLANTÃO:
Se beber vinho fizer do cristão uma referência ou estímulo para que outros caiam na sarjeta, destruindo a sua vida e a sua família, então, beber vinho, sem dúvida, é pecado, porque alimentaria o sentimento egoísta e de maldade de quem bebe, levando outros a destruição em detrimento do seu próprio prazer.
PR. AGNALDO MORAIS




sábado, 20 de janeiro de 2018

O CÁLICE DA ÚLTIMA CEIA DE JESUS, ERA VINHO?



As questões sobre o caso de Jesus ter ou não bebido vinho, ou se a água foi transformada em vinho alcoólico, é caso para outra matéria. Nesta o assunto será sobre a última ceia do Senhor antes da crucificação, a qual é distinta dos demais assuntos.
Podemos afirmar com certeza que o vinho usado por Jesus nesta ocasião não era fermentado. Esta afirmação é conclusiva da Bíblia pelo seguinte:
Na cerimônia da páscoa não devia haver fermento em nenhum compartimento da casa, desde que este é o símbolo do pecado. Se os pãos asmos não continham fermento como o próprio nome indica, é fácil concluir que o vinho também não podia conter fermento, pois a lei afirmava: “não haja nada fermentado entre vocês” (Ex 13.6-7). A leitura das seguintes passagens nos leva a esta conclusão:
Êxodo 13:6-7; Durante sete dias comam pão sem fermento e, no sétimo dia façam uma festa ao Senhor. Comam pão sem fermento durante os sete dias; não haja nada fermentado entre vocês, nem fermento algum dentro do seu território.
Lev. 23:6; No décimo quinto dia daquele mês começa a festa do Senhor, a festa dos pães sem fermento; durante sete dias vocês comerão pães sem fermento.
Luc. 22:1; Estava se aproximando a festa dos pães sem fermento, chamada Páscoa. A mesma páscoa que Jesus participou na última ceia.
Antes da lei já havia essa prática sagrada de fazer uma refeição especial sem fermento, como vemos Ló com os dois anjos enviados por Deus. Gen. 19.3; Mas ele insistiu tanto com eles que, finalmente, o acompanharam e entraram em sua casa. Ló mandou preparar-lhes uma refeição e assar pão sem fermento, e eles comeram. 
As expressões usadas por Jesus na última ceia (Mt 26.29; Mc 14.25; Lc 22.18) dizendo “do fruto da vide”, indicando o suco extraído do fruto também confirma que o cálice era sem álcool.
As regras da lei mosaica para a ceia de páscoa não são iguais para a ceia do senhor. A lei mosaica exigia na ceia da páscoa, que não houvesse nada fermentado na casa (Ex 13.6-7), que a páscoa fosse de ano em ano (Ex 13.10) e que uma ovelha fosse morta em sacrifício (Ex 12.3-7), para relembrar 3 coisas: a aliança com Deus, a libertação do Egito, e a obediência a lei. Na última ceia de Cristo a ovelha sacrificada seria Ele mesmo em sua morte de cruz. Portanto para os cristãos as regras da ceia não são as mesmas das regras da ceia mosaica. Para os cristãos todos os elementos são simbólicos, e necessariamente não precisa ser somente o suco de uva, e nem o uso do pão sem fermento, até mesmo porque os pães usados na maioria das igrejas na ceia são fermentados, e nem que a ceia seja realizada só de ano em ano, pode ser até todo mês.