PROBLEMA: O primeiro versículo do livro de Jó apresenta-nos a principal personagem como
uma pessoa histórica que realmente existiu e viveu na terra de Uz. Entretanto, alguns eruditos da atualidade têm questionado a real existência do homem chamado Jó. Foi ele de fato uma pessoa real? SOLUÇÃO: Jó realmente existiu. Em primeiro lugar, o versículo um deste livro afirma isso com clareza. Não há indicação literária alguma de que tal afirmação deva ser considerada sob qualquer outro enfoque, que não como a assertiva de um fato real. E isso deve ser admitido com a mesma certeza com que se aceitam outras afirmações históricas no restante da Bíblia. Em segundo lugar, a existência real de Jó é confirmada por referências feitas em outras partes das Escrituras. Em Ezequiel 14:14,20, Deus cita Jó j u nt o com Daniel e Noé como exemplos de homens justos. Questionar a existência de Jó é o mesmo que questionar se Daniel e Noé existiram. Adicionalmente, isso seria também questionar se Deus é verdadeiro, por ter ele feito referência a esses homens (por meio de Ezequiel) como pessoas reais que viveram no passado. Finalmente, em Tiago 5:11, encontramos uma referência a Jó na qual ele é tido como exemplo de paciência em meio a uma tribulação. Tiago refere-se a Jó como que mencionando fatos concretos, dando a entender que ele considerou que Jó existiu e que tudo o que o livro de Jó relata ter ele sofrido foi real. Não haveria força alguma no apelo de Tiago se Jó tivesse sido apenas uma personagem de ficção. Pois, nesse caso, que conforto a sua vida daria a pessoas reais?
MANUAL POPULAR de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da
Bíblia/ Norman Geisler - Thomas Howe/ Título original: When critics
ask/ Ed. Mundo Cristão/ 1999.
GÊNESIS
1:26 - Por que a Bíblia usa o plural da primeira pessoa, quando Deus se refere
a si mesmo?
PROBLEMA:
Os eruditos cristãos
e judeus afirmam que Deus é um só. Com efeito, a histórica confissão de fé de
Israel é tirada de Deuteronômio 6:4, que diz: "Ouve, Israel, o Senhor
nosso Deus é o único
Senhor". Entretanto, se Deus é um só, por que este versículo em Gênesis
traz o plural da primeira pessoa?
SOLUÇÃO: Têm sido dadas muitas explicações no
decorrer da história. Alguns comentaristas dizem que esse foi
meramente um caso em que Deus estava se referindo aos anjos, Mas isto é improvável, já que no
versículo 26 ele diz: "Façamos o homem à nossa imagem"
e que o versículo 27 esclarece:
"criou Deus... o homem à sua imagem,
à imagem de Deus
o criou", não à
imagem dos anjos. Outros têm declarado
que o plural refere-se à Trindade. No NT (por exemplo, Jo 1:1) está claro que o Filho
estava envolvido na criação dos céus e da terra. Gênesis 1:2 indica ainda que o Espírito Santo também
estava envolvido no processo da criação. Entretanto, estudantes da gramática hebraica
destacam que o plural é requerido simplesmente porque a palavra empregada no original para
"Deus" é elohim, que
é uma palavra no plural ("Também disse Deus [elohim, no plural]: 'Façamos [no
plural] o homem à nossa [no plural] imagem' "). Conseqüentemente, argumentam eles, esta
afirmativa não pode ser usada para provar a doutrina da Trindade. Ainda outros têm
afirmado que o plural é empregado
como uma figura de linguagem, chamada plural
majestático. Com este emprego, Deus estaria falando a seu respeito de maneira a indicar que todo o
seu poder e sabedoria majestáticos estariam envolvidos na criação do homem. Como foi observado, o
uso do plural é feito em concordância com a palavra hebraica elohim (no plural), a qual é
traduzida por "Deus". O fato de o substantivo "Deus" ser
plural no hebraico não quer dizer que haja
mais de um Deus, ou que seja uma referência a Deus como sendo um grupo de astronautas
extraterrestres. Há um grande número de passagens no NT que se referem a Deus
com o substantivo grego
correspondente theos,
que é uma palavra
singular e também é traduzido como "Deus" (Mc
13:19; Jo 1:1; Ef 3:9; etc). O plural da palavra
hebraica propicia um sentido mais abrangente, mais majestático ao nome de Deus. Convém
observar, entretanto, que o NT ensina com clareza que Deus é uma Trindade (Mt 3:16-17; 2 Co 13:13;
1 Pe 1:2) e, embora a doutrina da Trindade não seja completamente desenvolvida no AT,
ela é vislumbrada em muitas passagens (cf. SI 110:1; Is 63:7,9-10; Pv 30:4).
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Bíblia/ Norman Geisler - Thomas Howe/ Título original: When critics
ask/ Ed. Mundo Cristão/ 1999.
Por que Deus diz não matarás e logo em seguida manda destruir Jericó, com mulheres e crianças?
A ordem foi para destruir completamente todas as pessoas de Jericó, uma cidade Cananeia, que fica logo após o rio Jordão. Dessa cidade só escaparia a prostituta Raabe e as pessoas que estivessem com ela dentro de sua casa, como recompensa de ter escondido os dois espias israelitas enviados por Josué, para sondar a situação militar e emocional de seus inimigos.
Em êxodo 20.13, está o mandamento dado por Deus: “Não matarás”, mas logo adiante ele manda Josué matar:
“A cidade, porém, com tudo quanto nela houver, será anátema ao Senhor; somente a prostituta Raabe viverá, ela e todos os que com ela estiverem em casa, porquanto escondeu os mensageiros que enviamos” Josué 6.17.
A ordem foi para destruir completamente todas as pessoas de Jericó, uma cidade Cananeia, que fica logo após o rio Jordão. Dessa cidade só escaparia a prostituta Raabe e as pessoas que estivessem com ela dentro de sua casa, como recompensa de ter escondido os dois espias israelitas enviados por Josué, para sondar a situação militar e emocional de seus inimigos.
Se Deus mandou matar, então qual é a validade do mandamento “Não matarás”?
As duas questões estão descritas para situações diferentes e com aplicações diferentes. Consideremos que toda sociedade possui regras sociais e jurídicas, regidas por códigos civil e penal. Nestas sociedades existem os tribunais e o supremo tribunal. Para julgar as ações das nações já existe em nossa era a ONU, Organização das Nações Unidas. Quando o tribunal não puder resolver o caso, o supremo tribunal resolverá. Quando este não puder resolver a ONU resolverá. Mas e quando a ONU estiver falhando em seu papel moral e ético na regência das nações? Então Deus entrará para resolver a questão. No caso dos 10 mandamentos, podemos observar que são o resumo de todas as leis morais e cívicas da sociedade de Israel. Nenhuma sociedade permite que alguém, livremente e sem punição, saia matando a esposa e os filhos, ou os vizinhos, ou os colegas de trabalho, porque o mandamento “não matarás” está implícito na consciência da sociedade, e caso isso aconteça o homicida será punido pela justiça da sociedade. Dessa forma esse mandamento era aplicado para a sociedade, mas não era aplicado para as questões de guerra e de batalha de povo contra povo ou de nação contra nação.
A cidade de Jericó foi julgada porque estava em decadência moral, social e espiritual. Deus poderia ter mandado fogo para destruí-la assim como fez com Sodoma e Gomorra, mas não fez dessa forma porque Sodoma e Gomorra foram casos únicos, assim como o dilúvio, o qual não se repetirá. Então para a destruição das cidades de Canaã, Deus decide usar como ferramenta punitiva a Israel. A questão de Deus mandar matar povos juntamente com mulheres e crianças é que estes são responsabilidades dos homens, por essa razão não dar para os pais se esconderem por trás de suas crianças na hora de serem julgados. Outras cidades ainda foram ordenadas por Deus para a destruição como a Seom, rei dos amorreus. Nessa situação o comando estava com Moisés:
“Também naquele tempo lhe tomamos todas as cidades, e fizemos perecer a todos, homens, mulheres e pequeninos, não deixando sobrevivente algum” Deuteronômio 2.34.
Em outra situação o comando estava com Saul, o primeiro rei de Israel. Este deveria destruir os Amalequitas totalmente:
“Vai, pois, agora e fere a Amaleque, e o destrói totalmente com tudo o que tiver; não o poupes, porém matarás homens e mulheres, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos” 1 Samuel 15.3
Todavia, a ênfase da Bíblia é de que Deus é bom, e que até na ora da punição do perverso, a vontade de Deus é de que o perverso se converta e viva:
“Tenho eu algum prazer na morte do ímpio? diz o Senhor Deus. Não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva?” Ezequiel 18.23.
GÊNESIS 1:1 - Como o universo pode ter tido um
"princípio", se a ciência moderna diz que a energia é eterna?
PROBLEMA:De acordo com a Primeira Lei da Termodinâmica: "a
energia não pode ser criada, nem
destruída". Sendo assim, então, o universo é eterno, já que ele é feito de
energia, que é indestrutível.
Entretanto, a Bíblia indica que o universo teve um "princípio" e que
não existia antes de
Deus o ter criado (Gn 1:1). Não é isto uma contradição entre a Bíblia e a
ciência?
SOLUÇÃO:Há um conflito de opiniões aqui, mas na realidade não há contradição
alguma. A evidência
dos fatos indica que o universo não é eterno, mas que realmente teve um
princípio, tal como
a Bíblia diz. Algumas observações são relevantes para entendermos esta questão. Em
primeiro lugar, a Primeira Lei da Termodinâmica, com freqüência, é
incorretamente enunciada
com a expressão: "a energia não pode ser criada". Entretanto, a
ciência baseia-se na observação,
e afirmações como esta - que diz que a energia não pode ser criada - não se
baseiam na observação
(como qualquer afirmação que use "pode" ou "não pode"), mas
são afirmações dogmáticas.
A Primeira Lei da Termodinâmica deveria ser corretamente enunciada da seguinte maneira:
"[Até o ponto em que se pode observar] o total de energia presente no universo
permanece constante".
Ou seja, pelo que se sabe, a quantidade total de energia presente no universo
não está diminuindo
nem aumentando. Posto desta forma, a Primeira Lei não faz referência alguma
quanto à origem
da energia nem quanto ao tempo em que ela está presente no universo. Assim, ela
não contradiz
a declaração de Gênesis de que Deus criou o universo. Em
segundo lugar, outra lei científica perfeitamente aceita é a Segunda Lei da Termodinâmica.
Ela afirma que "o total da energia utilizável no universo
está diminuindo". De acordo
com esta lei, o universo está decaindo. Sua energia está sendo transformada em
calor, que não
é utilizável. Sendo assim, o universo não é eterno, porque, se o fosse, a sua
energia utilizável já se
teria esgotado há muito tempo. Ou, em outras palavras, se o universo está se
desfazendo (tendo a sua
energia degradada), então houve um tempo em que toda a energia foi feita. Se
houvesse uma quantidade
infinita de energia, ela não estaria decaindo no universo. Portanto, o universo
teve um princípio,
tal como Gênesis 1:1 diz.
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Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia/ Norman Geisler -
Thomas Howe/ Título original: When critics ask/ Ed.
Mundo Cristão/ 1999. ____________________________